OMS pede respostas enquanto sociedade internacional detecta surto de pneumonia infantil na China. Especialistas analisam possível impacto global
A Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas disparou um alerta, classificando um surto de pneumonia infantil na China como uma “doença preocupante”. A Organização Mundial de Saúde (OMS) está demandando “informações detalhadas” das autoridades chinesas, enquanto a preocupação global cresce.
Relatos provenientes de diferentes cidades chinesas revelam um aumento abrupto nas internações de crianças, levando a uma ação urgente da Sociedade Internacional de Doenças Infecciosas. Até agora, não há relatos de mortes, mas a extensão do surto preocupa as autoridades de saúde.
A OMS destacou que as autoridades locais vincularam o aumento nas doenças respiratórias à suspensão das restrições contra a Covid-19. A circulação de agentes infecciosos conhecidos, como o vírus sincicial respiratório (VSR) e SARS-CoV-2, é apontada como fator contribuinte.
A Comissão Nacional de Saúde da China relatou o aumento em doenças respiratórias em 13 de outubro, relacionando-o à flexibilização das medidas contra a Covid-19. A OMS, o ProMED e a mídia local noticiaram “clusters” de pneumonia em crianças no norte da China.
A OMS expressa incerteza sobre a relação desses “clusters” com o aumento geral de infecções respiratórias. Em uma resposta rápida, a organização solicitou informações epidemiológicas e clínicas adicionais, bem como resultados laboratoriais, usando o mecanismo de Regulamentações Internacionais de Saúde.
O ProMED, conhecido por antecipar surtos como Ebola e COVID, emitiu um alerta global, descrevendo um “surto generalizado” de uma doença respiratória não identificada em várias áreas da China. Especialistas, no entanto, alertam contra o pânico imediato, destacando a necessidade de informações conclusivas.
A infectologista Luana Araújo, em entrevista ao g1, esclarece que o alerta do ProMED atua como observador inicial, ressaltando que é cedo para prever uma nova pandemia. Ela enfatiza a importância contínua da tríade de higiene de mãos, vacinação e informação para lidar com quadros infecciosos.
Ainda sem confirmação etiológica, Luana destaca que o aumento nas internações pode ser resultado de mudanças nos padrões de circulação de agentes infecciosos. Questões sobre a eficácia das vacinas e a natureza dos agentes em circulação permanecem em aberto.